A construção civil gera sustentabilidade ao reaproveitar materiais de demolição
De acordo com a Receita Federal, construção civil é conceituada como "a construção, a demolição, a reforma, a ampliação de edificação ou qualquer outra benfeitoria agregada ao solo ou ao subsolo. A área da construção civil realiza atividades referentes às funções de planejamento e projeto, execução, manutenção e restauração de obras em diferentes segmentos, tais como edifícios, estradas, portos, aeroportos, túneis, obras de saneamento entre muitos outros.
As construções, embora ganhem formas diferentes, produzem muito lixo. Por outro lado a construção civil é responsável por colocar no mercado de trabalho milhares de pessoas, gerando assim um grande aumento na economia brasileira. O lixo, quando não reciclado corretamente, causa poluição do ar e contaminação da água.
Há aproximadamente 10 anos o braçonortense, Waldair Ceolin deixou de lado o bar onde era proprietário para dedicar-se ao trabalho de reciclagem com resíduos da construção civil. Iniciou o recolhimento com apenas 10 caixas, e hoje já são 130 container espalhados pelos municípios de Braço do Norte, São Ludgero, Gravatal, Rio Fortuna e Grão Pará. Com o recolhimento em média de oito caixas por dia, ele é o único na região que trabalha com reciclagem na construção civil.
Restos de cimento, tijolo e telhas são reaproveitados para fazer aterros de construções, evitando assim o uso de terra. O entulho reciclado além de preservar o meio ambiente tem custo mais acessível que a escavação.
Já na parte de jardinagem, os galhos de árvores, pasto e madeira são levados para um aterro onde a madeira se transforma em “cavaco” utilizado em olarias e do restante grande parte é queimada.
Waldair explica que a parte química é dividida em duas classes, sendo que a classe um ficam os materiais contaminados, como lâmpadas, borra de gesso, tinta, estopa e óleo. Estes são recolhidos e enviados para um aterro industrial, que se localiza na cidade de Joinvile. Os materiais como plástico, papelão com borra de gesso e tinta pertencem à classe dois. Ao serem reciclados, são encaminhados para Içara. Após ser aterrado esse tipo de lixo cria uma espécie de gás reaproveitável para a indústria.
Para Waldair, as pessoas e muitas empresas ainda não se conscientizaram da importância de reciclar. “No futuro o preço que a natureza cobrará por tanta poluição com certeza vai sair caro”. Além de colaborar com o meio ambiente, o trabalho realizado pela Manos Entulhos, empresa de recicláveis de Waldair, gera lucros para a família. A solução seria triturar os resíduos. Nas grandes metrópoles os entulhos são transformados em areia industrial, um componente usado para a fabricação da argamassa.
Para o engenheiro florestal André Leandro Richter, o solo sofre um grande impacto. Com a construção civil a cidade fica sem tendência a vegetação. ”Os entulhos que não têm destino certo acabam agregando ninhos de formigas. Isso no meio urbano é um problema, pois este tipo de inseto anda de 300 a 400 metros e pode levar bactérias para os hospitais, causando infecção hospitalar”, enfatiza engenheiro.
Ouça parte da entrevista com Waldair Ceolin:
Por Adriane Lemes
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