Reciclagem de óleo conserva o meio ambiente e se transforma em biodiesel
Criado pelo governo do estado, o projeto “De óleo no futuro” visa ao recolhimento e ao destino correto do óleo de cozinha. São três processos que resultam na diminuição do impacto ambiental: coleta, reciclagem e beneficiamento do óleo.
O programa abrange o óleo vegetal de cozinha, um dos produtos mais utilizados nas residências, bares, hoteis e restaurantes na preparação de alimentos. Ele pode causar sérios danos ao meio ambiente se o seu destino após o uso não for adequado. Quando despejado na rede de esgoto, no ralo da pia, ou em algum outro local pode causar danos ao meio ambiente, como alteração do PH da água, morte de plantas e animais aquáticos, além de contaminar centenas de litros de água.
Na região do Vale, o projeto foi lançado pela Secretaria de Desenvolvimento Regional de Braço de Norte em março deste ano. Conta com a participação de escolas municipais e estaduais, incluindo o comércio e abrangendo a rede de restaurantes e lanchonetes. Nesses pontos de arrecadação, a empresa responsável faz a coleta e o óleo passa por um processo de beneficiamento e é transformado em biodiesel.
Na escola de Educação Básica Nossa Senhora de Fátima, de Rio Fortuna, participante do projeto, o que ainda falta é incentivo por parte dos alunos. “Na nossa escola estadual, são poucos os que trazem óleo para a coleta, por isso é preciso estimular os alunos. Vejo que é necessário por parte do governo criar estratégias de estímulo, bem como brindes para quem traz mais óleo”, diz a diretora Jaqueline Willemann Roecker.
Outro ponto de coleta em Rio Fortuna é a Escola Municipal José Boeing, que arrecada por mês vários litros do óleo de cozinha. A diretora Romeli Darolt Machado diz que o projeto veio em boa hora. “Na região, é grande o uso do óleo, e não sabíamos como descartar de forma correta esse material. Muitos alunos do centro trazem à escola, guardamos até que a empresa responsável recolha e faça o aproveitamento.”
A reciclagem permite que o óleo passe a servir de matéria-prima para a fabricação de sabão, tintas e biodiesel, que são usados diariamente pelas pessoas. No interior, as próprias famílias reaproveitam o óleo para fazer sabão e alimentar os animais. Já a empresa Biodiesel Sul, de Içara, é a única credenciada em Santa Catarina para fazer essa arrecadação. Eles têm capacidade de armazenar 600 mil litros de óleo por mês, mas só arrecadam 120 mil.
Na escola José Boeing, os alunos que mais trazem o óleo para a coleta são retribuídos com materiais didáticos. “Nós proporcionamos ao aluno o reconhecimento por sua atitude sustentável, também servindo como estímulo. Disponibilizamos lápis, canetas, cadernos a quem traz para escola o óleo de cozinha. É feito um controle administrativo dessa parte”, comenta a diretora.
Nos restaurantes, o volume de óleo usado na preparação dos alimentos é significativo. Por semana pode corresponder a 50 litros . E se somados aos demais restaurantes da região pode gerar praticamente em torno de 2.000 litros . O proprietário do Hotel e Restaurante Rio Fortuna, Ceno Buss, diz que há mais de cinco anos participa do programa de beneficiamento do óleo. “Todo mês o óleo é guardado para a empresa responsável recolher. O uso desse material no restaurante é indispensável, mas o descarte correto só depende de nós.”
De acordo com o gerente de Desenvolvimento Sustentáveis e Agricultura, Mário Jorge Danielski essas ações são a defesa do meio ambiente, pois é reaproveitado algo que seria nocivo para a natureza. “Dessa forma ajudamos a manter a qualidade dos nossos mananciais, do nosso solo, além de conscientizar as crianças, pais e professores para o manejo sustentável dos produtos industrializados”.
Instituído pela lei estadual nº 14.330, de 18 de janeiro de 2008, o Programa Estadual de Tratamento e Reciclagem de Óleos e Gorduras de Origem Vegetal, Animal e de Uso Culinário tem como objetivo a adoção de medidas de proibição de lançamento ou liberação de poluentes nas águas ou solo. O objetivo é conscientizar os alunos e a sociedade em favor do meio ambiente, favorecendo assim a exploração econômica da reciclagem dos óleos e gorduras em questão, desde a coleta, transporte e revenda, até os processos industriais de transformação, de maneira a gerar mais emprego e renda para os catarinenses.
São quatro argumentos que justificam esse projeto, que beneficia não só meio ambiente, mas sim todos que o habitam. O futuro do planeta depende das ações desenvolvidas, para que todos tenham melhor qualidade de vida.
Saiba mais
Instituído pela lei estadual nº 14.330, de 18 de janeiro de 2008, o Programa Estadual de Tratamento e Reciclagem de Óleos e Gorduras de Origem Vegetal, Animal e de Uso Culinário tem como objetivo a adoção de medidas de proibição de lançamento ou liberação de poluentes nas águas ou solo. O objetivo é conscientizar os alunos e a sociedade em favor do meio ambiente, favorecendo assim a exploração econômica da reciclagem dos óleos e gorduras em questão, desde a coleta, transporte e revenda, até os processos industriais de transformação, de maneira a gerar mais emprego e renda para os catarinenses.
São quatro argumentos que justificam esse projeto, que beneficia não só meio ambiente, mas sim todos que o habitam. O futuro do planeta depende das ações desenvolvidas, para que todos tenham melhor qualidade de vida.
Saiba mais
- Um litro de óleo despejado nos rios polui até um milhão de litros de água.
- O óleo contamina o solo e o lençol freático e também o impermeabiliza causando enchentes.
- Quando o óleo chega ao oceano, em contato com a água salgada, libera gás metano, grande causador do efeito estufa e um dos responsáveis pelo aquecimento global.
- Quando despejado no ralo pode provocar o entupimento das tubulações da rede de esgoto, aumentando em até 45% o custo do tratamento do esgoto.
Ouça trecho da entrevista com a diretora Romeli Darolt Machado
Por Késsia Meurer
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